Apple é acionada na Justiça dos EUA por suposto uso de minerais de conflito do Congo

A Apple foi alvo de uma ação civil em Washington, D.C., que acusa a companhia de se beneficiar de minerais extraídos sob condições abusivas na República Democrática do Congo e de divulgar mensagens de marketing consideradas enganosas sobre responsabilidade social na sua cadeia de suprimentos.

Contexto: onde, quando e quem

O processo foi apresentado por uma organização de defesa trabalhista em nome de consumidores locais, apontando que a cadeia global de produção de dispositivos da Apple envolveria cobalto e outros chamados “minerais de conflito” — estanho, tântalo, tungstênio e ouro — associados a trabalho forçado, exploração infantil e financiamento de grupos armados no leste do Congo.

Dados e evolução do caso

A ação pede que a Justiça reconheça violações às leis de proteção ao consumidor e imponha medidas para que a empresa ajuste sua comunicação e supervisão de fornecedores; o pedido central é por ordens judiciais, e não por indenizações monetárias. O documento jurídico cita refinadores e elos intermediários da cadeia e faz referência a investigações independentes sobre a mineração na região. Em resposta pública recente, a Apple afirma manter políticas rigorosas de due diligence, proibir o uso de minerais de áreas em conflito e ampliar o uso de materiais circulares — incluindo a meta já divulgada de elevar o conteúdo reciclado, com destaque para o cobalto utilizado nas baterias.

Impactos e o que está em jogo

Se prosperar, o caso pode pressionar mudanças adicionais em auditorias, rastreabilidade e comunicação de sustentabilidade, com efeitos sobre fornecedores na Ásia e na África, investidores com foco ESG e consumidores preocupados com origem de matérias-primas. O debate também tende a reverberar entre outras grandes fabricantes de eletrônicos que compartilham cadeias de suprimentos semelhantes.

Próximos passos

A Apple deverá apresentar sua defesa nas próximas etapas processuais, enquanto o tribunal avalia os pedidos de medida cautelar. Novas audiências e eventuais determinações judiciais podem redefinir padrões de verificação e transparência na indústria de tecnologia nos próximos meses.