Lagarde alerta: Europa arrisca “perder o futuro” se ficar para trás na IA

A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, soou o alarme: a União Europeia está atrasada na adoção de inteligência artificial e, se não agir rápido, pode colocar em risco o próprio futuro econômico do bloco.

Contexto

Em discurso realizado em Bratislava, na Eslováquia, nesta segunda-feira, 24 de novembro de 2025, Lagarde afirmou que Estados Unidos e China já avançam com investimentos robustos em IA, enquanto a Europa perde a janela de oportunidade para liderar a transformação tecnológica.

O que foi dito e por quê importa

Lagarde ressaltou que apenas comprar soluções prontas de IA de fornecedores estabelecidos não será suficiente e aumentará a dependência europeia de terceiros. Segundo ela, o bloco precisa diversificar elos críticos da cadeia, mantendo capacidade mínima própria em camadas fundamentais — como chips, computação e data centers — e promover interoperabilidade e padrões abertos para estimular competição.

Ela também defendeu energia mais barata, regulação mais uniforme entre os países-membros e um mercado de capitais mais integrado para canalizar risco e financiar inovação em escala.

Impactos

As recomendações miram diretamente setores como semicondutores, provedores de nuvem e operadores de data centers, além de startups e grandes grupos industriais que dependem de IA para ganhar produtividade. Se implementadas, podem acelerar investimentos locais, reduzir vulnerabilidades na cadeia de suprimentos e fortalecer a competitividade europeia frente a rivais globais.

Próximos passos

As falas de Lagarde devem alimentar debates em Bruxelas e nas capitais europeias sobre políticas de computação estratégica, incentivos a infraestrutura e harmonização regulatória. Novas propostas podem mirar capacidade de processamento, estímulos a padrões técnicos e integração do mercado de capitais para financiar a corrida da IA no continente.